Escrevo estas linhas para prestar a minha mais sincera homenagem a um grande jornalista, um dedicado e abnegado militante da esquerda e, acima de tudo, uma pessoa humana de inexcedível qualidade. Refiro-me a Joaquim Palhares. Conhecemo-nos no Fórum Social Mundial e tive o gosto de ser colunista da Carta Maior desde a primeira hora. Partilhámos desde o nosso primeiro encontro o entusiasmo pelo projecto do FSM e o desejo de contribuir para a renovação do pensamento de esquerda. Graças ao Palhares, a Carta Maior foi ao longo dos seus vinte anos de existência um espaço acolhedor para o espírito crítico, tão longe do dogmatismo sectário como das concessões à direita e da renúncia à luta por uma sociedade mais justa e mais democrática. Estou certo que assim continuará a ser nos próximos vinte anos.

Boaventura de Sousa Santos é colunista da Carta Maior