Créditos da foto: Ansa
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La Paz - A greve dos trabalhadores na área de transporte público paralisa nesta quinta (2) a capital da Bolívia, onde se esperam a reabertura do Congresso e a chegada de milhares de manifestantes da cidade vizinha El Alto.
Caminhoneiros sindicalizados bloquearam desde cedo as principais avenidas de acesso ao centro. A Guarda de Trânsito pouco pôde fazer. Os sindicalistas queimaram pneus nas esquinas. Alguns transportadores que tentavam romper a greve foram reprimidos por seus próprios colegas. "Aos que não acatarem esta decisão de fazer uma paralisação contundente, vamos castigar para que a cumpram", afirmou um deles.
Enquanto as pessoas tentavam chegar a pé ao trabalho, no centro já eram realizadas manifestações camponesas e de professores em torno da praça principal. O Ministério de Educação suspendeu as aulas.
A cidade está praticamente isolada do interior do país por causa do bloqueio dos caminhos no acesso a El Alto, passagem obrigatória para as viagens ao interior, e pelos bloqueios da rodovia de acesso ao aeroporto. Também está interrompido o caminho à central de armazenamento de combustíveis da cidade, o que deixa La Paz outra vez em risco de desabastecimento.
As organizações sociais de El Alto, a cidade com mais altos níveis de pobreza e conflito social no país, decidiram quarta (1º) tornar seu protesto mais radical, com a tomada de escritórios públicos e do aeroporto, exigindo uma Assembléia Constituinte, nacionalização dos hidrocarbonetos e, agora também a renúncia do presidente do Congresso, Hormando Vaca Diez. Ele é acusado de "sabotar a agenda de outubro" de 2003, que contempla essas demandas.
Enquanto isso, se espera que o Congresso retome nesta quinta suas sessões, depois de ter encontrado na quarta (1º) consenso para tratar de forma simultânea o pedido da Assembléia Constituinte das organizações sindicais da parte ocidental e o da convocação de um referendo autônomo das instituições da região oriental. Ao mesmo tempo, a crise social está se espalhando pelo país. Há manifestações de rua em Santa Cruz, Cochabamba e Sucre.
EUA
O Departamento de Estado norte-americano difundiu um "anúncio público" por meio do qual pediu que os cidadãos do país que vivem ou costumam viajar para a Bolívia "permaneçam alertas" diante da situação marcada por protestos contra o governo A nota pede que os norte-americanos considerem a hipótese de cancelar seus planos de viajar à Bolívia.
Aqueles que moram no país andino em questão "devem permanecer alertas, acompanhar os meios de comunicação locais e rever regularmente sua postura de segurança", afirmou. "Aqueles que andam de carro não devem tentar passar pelos pontos de bloqueio", aconselhou a chancelaria norte-americana no comunicado, que leva a data de quarta-feira e foi difundido nesta quinta.
As informações são da Agência Ansa.